terça-feira, 26 de março de 2013

Justiça reverte decisão que favorecia a CGADB


Fugindo à regra jornalística, à qual impõe dar já no próprio lead a notícia para só depois discorrer sobre ela, prefiro iniciar com a citação de 1 Coríntios 6.5, já mencionada em outras postagens: "Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus irmãos?" Considero este verso a chave hermenêutica para se entender toda a passagem em que o apóstolo Paulo adverte aquela igreja em razão de muitas causas internas serem julgadas pelos tribunais seculares. Por que isso ocorria? A pergunta paulina pressupõe algumas possibilidades: 1) os líderes não se interessavam por essas questões; 2) eles se achavam incapazes de arbitrar entre os litigantes, ou 3) tinham interesses particulares que os impediam de julgar com imparcialidade. No vácuo dessa ausência, só restava aos crentes abrigar-se à sombra de juízes não cristãos para dirimir os seus conflitos.


É assim que vejo o imbróglio envolvendo as inscrições para a AGO da CGADB em Brasília, que até hoje não se resolveu pelos caminhos do diálogo entre as partes envolvidas porque em nenhum momento os responsáveis pela condução do processo quiseram fazer algo simples, solicitado desde o início pela chapa concorrente, bem como por este blog, através das vias do companheirismo, que foi abrir a conciliação bancária e cotejá-la com as três listas oficiais publicadas, todas com números diferentes, que não batem sequer com a extraoficial entregue ao pastor Samuel Câmara às 19:20hs do dia 28 de dezembro de 2012, com um detalhe já mencionado aqui outras vezes: algumas convenções formalmente apoiantes da chapa "Amigos do Presidente" tiveram os seus números aumentados de uma para a outra. O que fazer? Para ficar com Paulo, que não deixou de ser irônico quando se pronunciou da forma acima, por falta de "sábios, nem mesmo um" entre os responsáveis pelo processo, o recurso foi recorrer à Justiça, que existe para arbitrar e trazer os fatos para o leito da normalidade, quando provocada.


Dito isto, embora o Segundo Grau em Belém, PA, tenha agravado a liminar impetrada pela CIMADB, pedindo a conciliação bancária, e suspendido os seus efeitos, o ato aí ficou restrito, sem julgamento de mérito. Enquanto isso, no Primeiro Grau, a juíza Elena Farag, a mesma que concedeu a liminar, julgou hoje o mérito da ação, no processo de número 0012411-30.2013.814.0301, depois de ouvidas as partes, e determinou o cumprimento da sentença, que determina a exibição pela CGADB dos documentos solicitados, no prazo de 48 horas, a partir da publicação da decisão, "tendo em vista a iminente realização do pleito já definido para os dias 08 a 12 de abril de 2013". Em suas alegações, a juíza afirmou que "as provas constantes dos autos são suficientes para a formação do convencimento do juízo de convicção".


Não custa repetir que a Justiça do Amazonas também concedeu liminar na mesma direção ao pastor Samuel Câmara, na qual ainda estabelece que o Conselho Administrativo da CPAD só seja eleito após a eleição da Mesa Diretora da CGADB, corrigindo o hábito de elegê-lo antes, que se tornou comum nas últimas assembleias, como instrumento de articulação para aglutinar votos em favor da chapa representada pelos que detêm o comando da administração. Mantida a liminar, a chapa "Amigos do Presidente" não poderá contar com esse recurso, como também a chapa "CGADB Para Todos".


Por fim, embora o jabuti teime em permanecer na árvore, fico a me perguntar até com certa frustração: Por que a CGADB insiste em gastar elevadas somas de dinheiro dos associados para custear passagens de advogados, com a finalidade de derrubar tais liminares que só querem a transparência do processo? Há alguma coisa que não pode ser tornada pública? Há algo que não pode sair do restrito grupo que controla a situação? Ou o presidente prefere dar ouvidos a assessores que querem pôr, ainda, mais lenha na fogueira? Ou o interesse é mesmo esgarçar a corda até ela se arrebentar para elevar o nível de tensão? O que há, pergunto mais uma vez?


Se em janeiro nossas sugestões fossem ouvidas, tudo já teria sido resolvido. Mas parece que não há "sábios, nem mesmo um" pelas bandas da Avenida Vicente de Carvalho 1083.

Fonte:http://geremiasdocouto.blogspot.com.br/

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